Thursday, February 08, 2007

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Não pertenço aqui...
Vivo atazanada pela minha própria sombra...
que não me deixa escapar para o sol dos meus sonhos...
Não pertenço aqui...
pertenço a um mundo cinzento da consciência...
sabes como é viver lá...?
Vivo rodeada de palavras desmedidas ditas por outra parte de mim...
Vivo com fantasmas do passado...
a tentarem tirar-me a alegria do presente...
Luto para me soltar das fortes amarras com que prenderam...
Luto contra mim mesma...
mesmo sabendo que não vale apena...
Quero lutar mas são poucas as armas...
Quero viver mas o tempo é tão pouco...
Quero soltar-me e poder ser livre...
e voar...
apenas voar para longe...
para outro mundo ainda mais incerto...
para um espaço mais aberto...
num conforto sem fim..
e num descanso eterno...
num sonho...
onde simplesmente abri as asas e voei...
voei para não descobrir quem sou!

9 comments:

o alquimista said...

No vago que resta da noite, brilha a lua...misticismo na Ilha...

Doce beijo

ACABOU. said...

Belo o sentimento de teu poema.

Beijo.

Dark-me said...

quantas q quantas vezes tb me apetece partir sem rumo em busca do q não sou...do que não tenho!

Dark kiss

Marta Vinhais said...

Às vezes, precisamos de voar para bem longe, sem destino...
Reencontrarmo-nos ou não - só o saberemos na altura certa e então, seremos verdadeiramente "livres".
Gostei muito do teu poema.
Obrigada pela tua visita - deixei lá um desafio, se quiseres participar....
Beijos e abraços
Marta

Lia said...

Um dia disseram-me para nunca desistir da luta por um sonho, porque podemos não conseguir vencer, mas pelo menos nunca nos sentiremos derrotados.

Voa, mas não fujas... não o podes fazer para sempre.

Beijinhos

Light said...

"Porque escrevo?
Qual a razão destas obsessivas torrentes que desregradamente me saem da alma?
Por necessidade e prazer...elas são apenas aquilo que são... riachos quentes de tudo e de nada.
(de alguém que tem a necessidade de por no papel o que sente)
Quando tenho a necessidade de purgar a minha alma..
Eu escrevo.
Para defender a minha solidão
Eu escrevo.
Para me isolar...
Eu escrevo.
Para me libertar do obvio...
Eu escrevo.
Distancio-me, escrevendo porque é nessa solidão que eu me encontro, qual catarse de uma vida comum e banal.
Escrevo, porque a fazê-lo, prendo irracionalmente as minhas sensações impedindo-as de se tornarem efémeras.
Faço-o sem me preocupar com a ordem, o ritmo e a lógica.
São apenas meras torrentes de palavras, que caem numa tentativa muitas vezes fracassada de me libertar, prendendo-as.

Sereia Azul* said...

É preciso voar sim...mas para alcançar os nossos sonhos!

A realidade sufoca-nos, estrangula-nos a alma, mas tudo teremos de fazer para escapar às garras da vida!

Por isso voa não para um lugar incerto, mas aquele que tu queres e tanto sonhas!

Tu podes, se assim quiseres... nós somos aquilo que pensamos!

Escrever é uma forma de libertar a alma...por isso eu escrevo e fantasio.

Eu não pertenço aqui...eu pertenço a um mundo bonito...aquele que eu procuro em cada escape do real.

Uma brisa de mar no teu coração

Sereia Azul*

Daniel Aladiah said...

O amor descobrir-te-á!
Um beijo
Daniel

Lord of Erewhon said...

Esse «atazanada» estraga o poema todo! «Atormentada»... conheces?

Dark kiss.