Friday, August 29, 2008

Grito contra o silêncio



Não existem flores que vivam para sempre...

Sem que uma única das suas belas pétalas murche...

Queimada e zangada com o tempo.


As coisas belas não acontecem por que queremos que elas aconteçam.

As palavras não nos aparecem por acaso.

A vida não toma o seu rumo sozinha.

E o silêncio impede que as palavras desenvolvam.


O silêncio que me constroí, flor plantada pelo vento,

que me isola,

que me conforta...

Mata-me de dia para dia...


É como se impedissem uma flor de morrer naturalmente...

É como se a vida tornasse tudo artificial...

Para não sermos tão frágeis..

Para ser mais fácil dizer adeus e ficar intacto...


Pois eu digo...

Deixem que as flores murchem sozinhas...

Vivendo e sugando a vida ao segundo..

Lutando contra o silêncio que lhes tira a liberdade...


Não as pisem para que morram mais cedo...

Não as cortem...

Não as deixem morrer à sede...

Sussurem-lhes palavras bonitas


Deixa-nas viver...e viver...

Até ao final...


E no final,

sentimo-nos flores com sentimentos preservados...

Com muitas palavras ditas, com muitas palavras por dizer...

No jardim da vida onde queremos a custo não ter que sofrer..

Onde queremos que a chuva caia para nos abençoar...


Onde as nossas lágrimas não passem de pequenas gotas de orvalho...

que acabam a secar com o calor de um sentimento puro...

Que é o poder cortar o silêncio com um grito que é a palavra!






[ Voltei...para a essência das palavras..num breve intervalo da minha vida ]


* White Roses Princess*

Monday, April 07, 2008

palavras segredadas...


Aqui despejo as minhas palavras.

três ou quatro...ou talvez mais...

Às vezes basta uma letra para escrever...



Uma letra em cada dia

Um segredo, um múrmurio

Músicas que canto só para mim...



Tantas vezes me sinto nas palavras..

outras vezes nem as sei escrever...

Ao contrário, sem sentido

Sem rumo, nada medido.

Sem rima, nem pudor...


Porque escrevo e sinto

Escrevo e as palavras voam

Escrevo e não sei para quê escrever

Escrevo e deixo a mágoa nas palavras


Na esperança que elas me perdoem

...por desistir...por as deixar...



Por isso agora aqui as despejo...

São escravas do papel,

Escravas digitais

Momentos lidos e segredados

Passagens de sentimentos já negados


Deixo-as sozinhas

na esperança que alguém as leia

e não pergunte quem as escreveu!

Monday, January 21, 2008

Ela....


Era cedo e ela já batia à porta...

Era com relutância que a deixava entrar...



Vadia...

Triste...

Abrasadora..

Arrasadora...

Descontente...



Roeu-me a alma...

E não me deixou em paz...



Fria..

Distante...

Destruidora...

Possante...

Só...



Veio ter comigo e viu-me bem...

viu bem na alma que havia um buraco...



Escavou...

Escavou..

Saltou...

Destruiu...



Fez-se um buraco maior...

Mais vazio...mais lembranças...



Lembrei-me do que sinto cá dentro...

Lembro-me do que está em mim...



Revivi mágoas distantes...

Agora vejo que sou quem eu era...



Rompeu pelo meu coração fora...

sempre a dizer que eu não valia nada...



Fazia-me falar o que não queria falar...

Acreditar no que estava à vista...



Faz-me acreditar no hoje e no amanhã...

Faz-me temer o futuro...



Ela é a má da fita...

Ela é o que me destroí...

Ela vive comigo...



Dá dó pensar assim...
[Peço desculpa pela minha ausência....]