Tuesday, May 22, 2007

O contador de estórias...



Ao acordar senti a suave neblina da manhã a bater-me na cara, mesmo com as janelas fechadas, mesmo com tudo fechado. Senti o frio de todas as manhãs, senti o confortável toque do céu. Senti-me como se tivesse dado um mergulho no mar gelado. Tive um sonho triste e mil sensações me imvadiram a mente. " Quando vais dormir não penses em mais nada, simplesmente adormece. Amanha será um novo dia", dizia o meu avô sempre com a sua razão. Mas eu teimava em sonhar com perdas e com o inifinito, com o sentido da vida, com reviravoltas, com pessoas que nunca vi. Estranho era ter sonhos repetidos todas as noites. Era como se em cada noite me contassem a mesma estória para adormecer...sempre a mesma balada.





Era como se tivesse um contador de estórias a viver no meu inconsciente. E será que tinha?Será que tenho?Nem sei, dava para escrever um livro com tudo o que poderia imaginar e retirar do mundo dos sonhos. Um dia sonhei quer era uma ave a voar pelos céus, por de cima das montanhas, por cima do mar. Eu uma ave?Que estupidez. Será o meu desejo de liberdade?Via tudo cá em baixo como formiguinhas. No entanto, tudo o que passava começava a ser mais nítido na minha cabeça. As pessoas que desconhecia fisicamente mas que eu sabia que eram conhecidos, que me diziam algo, vagueavam pelas ruas e recitavam poesia. Absurdo? Não sei. Na cabeça de uma ave e nos sonhos de uma jovem, diria que tudo pode acontecer.

Noutro dia, mesmo tendo me esforçado por seguir o conselho do meu avô, acabei por me deixar levar pelo contador de estórias. Desta vez era mesmo eu. Eu a encontrar-me comigo mesma. Eu a dizer o que jamais diria. Eu a fazer on incalculavel. Eu a mostrar o lado cruel do mundo. Encontrei um estranho na rua. Era apenas um vulto, não lhe consegui ver a cara. Disse-me ser um sem abrigo. " Venho de longe.Perdi os tesouros que tinha.Depois de andar às voltas neste labirinto percebi que nunca estamos sozinhos. Há sempre algo ou algúem à nossa volta. ", acrescentou. Surgiram as lágrimas.

Ensopei a almofada. Falei para o contador de estórias.Perguntei o porquê de tantos sonhos. O pequeno boneco da minha cabeça não me respondeu. Limitou-se a deixar-me voar outra vez para a minha própria realidade.

Não queria que ele desaparecesse. " Conta-me mais sobre ti", sussurrei-lhe. Continuei sem resposta.

Sonhos são engimas da vida. São estórias sobre tudo. São lições. Para viver é necessário sonhar e para sonhar é necessário viver, ter os pés bem assentes na terra. Foi isso que eu entendi. O silêncio falou pelo contador de estórias. Durante toda a noite o silêncio contou uma estória por mim.

Wednesday, May 16, 2007

o começo do fim...



Hoje não vou escrever poema...

Hoje as palavras estão gastas...

Hoje naõ vou rasgar um jornal para descobrir o mundo...

Hoje não vou fazer de conta que a pobreza e a tristeza não existem...

Hoje naõ vou fingir que só morre gente nos filmes...

Hoje vou simplesmente deitar a cabeça na almofada e meditar..

O que é um poema?

O que sou ou o que és tu... o que somos NÓS?

Quem é quem?

Quem define as nossas fronteiras?

Quem nos responde às nossas perguntas?

Quem sabe mais do que nós?

Quem é dono da razão?

Quem me pode dizer que uma rima ou repetição pode ser um poema?

Quem me diz que uma frase é um verso..?

Assim se vive no planeta TERRA... terra que nem merecia ser chamada de terra...pois muitos andam na lua...e outros nem sequer vivem... são como pequenas coisas que deambulam...

TERRA que deveria ser de paz e não de guerra...

TERRA que deveria ser limpa e não suja e não corrompida...

Tem coisas boas... mas há tanto que está mal... tanta tristeza, angústia, dor, sofrimento, lágrimas, guerras, conflitos, pancadarias, violações..., enfim.... tudo corrompe o mundo....

O ser humano corrompe o mundo...

o mundo agradece e em retorno corrompe o ser humano...





[ peço desculpa pela demora em postar e por não passar nos vossos blogs mas não há tempo. um beijinho para todos os que passam e comentam...ou não comentam..bom saber que há alguém do outro lado a ler o que escrevemos e sentimos..]